sexta-feira, 31 de agosto de 2018

O valor dos bons conselhos

O valor dos bons conselhos

O temor do Senhor é o princípio da ciência; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução (Pv 1.7).

Lembro-me dos ditados populares que ouvia dos meus pais: “Águas passadas não movem moinhos”; “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”; “Quem espera sempre alcança”, e muitos outros. Essas pequenas expressões contêm conselhos de uma cultura popular impregnada de valores éticos, morais e sociais, que acabam por dirigir as regras da vida em sociedade.
Mais do que qualquer outra fonte, a Bíblia está recheada dessas pérolas. São bons conselhos que revelam a sabedoria divina. Tais máximas bíblicas são expressas em linguagem figurada, das mais variadas formas (parábolas, fábulas, enigmas e provérbios).


Provérbios: A expressão é de difícil definição, mas suas características são singulares: a) concisão; b) sagacidade; c) forma memorável; d) base na experiência; e) verdade universal; f) objetivo prático e longo uso. Quase sempre, o provérbio é descrito como poético ou rítmico, com metáforas sucintas, vivazes, convincentes e admiráveis.

Pesquisado por Aurelina in LB 4ª 2013. 
Agora vamos estender o nosso BOM DIA a Cuiabá, Mato Grosso, Brasil e ao Mundo que neste momento esta precisando muito de um BOM DIA. Professora Aurelina Haydee do Carmo

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Pastel de feira

Pastel de feira. (Dia 25 de Agosto - dia do feirante)
Poesia Autoral: Aurelina Haydêe do Carmo


Pastel de feira,
De carne, de queijo.
Crocante,
Gosto de BEIJO.

De palmito ou de vento.
Tanto faz,
Sentada ao relento.
Quarta-feira
Tem feirinha no POÇÃO.

Aqui fica de coração,
Oportunidade:
Noites refrescantes,
Num ponto da cidade.
Água na boca,
Vou levando minha porção.
*Poesia Autoral: Aurelina Haydêe do Carmo

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sábado, 18 de agosto de 2018

Minha Filosofia (16 de Agosto dia do Filósofo)

Minha Filosofia (16 de Agosto dia do Filósofo)


Perguntaram-me um dia, estranhamente, 
Se a minha vida é toda de alegria, 
Se a tristeza, afinal, eu conhecia, 
Eu que trago um sorriso permanente.


Este estado perene de euforia 
Em que vive a minh’alma eternamente, 
fruto sazonado e transcendente, 
Da minha natural filosofia.

Como o áureo metal sobre o crisol, 
A tristeza é quinhão de todo humano, 
E querer não sofrê-la é puro engano.

Para todos o sorriso, como o sol, 
Mantenho da alegria a luz acesa,(...).
 
*Desconheço a autoria*


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terça-feira, 14 de agosto de 2018

UMA HISTÓRIA de AMOR à CUIABÁ

UMA HISTÓRIA de AMOR à CUIABÁ
relato escrito por Aurelina Haydêe do Carmo

CUIABÁ de antigamente, não muito tempo atrás, segundo o calendário histórico, a nossa capital era dividida em: Cidade e Porto. Portanto, até hoje, nós do Porto (bairro), somos identificados como “gente do Porto”.

No Porto dentre muitos comércios que se estendiam ao longo da larga Avenida 15 de Novembro, destacava a CASA MERCÚRIO de URBANO do CARMO ( meu pai).

Este era um habilidoso comerciante, prendado na arte de fazer sapatos.  Daí o primeiro nome de sua loja, SAPATARIA MERCÚRIO, que na verdade era uma indústria onde naquela época (na metade do século passado), este comerciante empregava diversos trabalhadores e aprendizes.


Ser comerciante já estava no seu sangue. Sua carreira começou bem cedo. Em 1926 foi aprendiz de sapateiro de um espanhol, com quem também aprendeu a falar corretamente a língua espanhola.

Serviu o exército de 1929 à 1932. Casou-se com Erothildes  Haydêe  Albuês em 1941, ela filha de tradicional família cuiabana. Desta união adveio 08
filhos, dos quais 06 cursaram Nível Superior.

Período de 1932 à 1945, residiu em Poxoréu-MT( época do garimpo de diamante), onde em contato com índios isolados aprendeu a língua BORORO.
De 1945 à 1949 - trabalhou como Funcionário Público Federal em uma Base de Apoio do Ministério da Aeronáutica em Rondonópolis-MT, logo transferido para BASE AÉREA de Campo Grande/MT (hoje capital de Mato Grosso do Sul).

Devido a sua dedicação recebeu ordens para ser transferido para o Rio de Janeiro para integrar a equipe de Criação do aeroporto do GALEÃO (hoje AEROPORTO INTERNACIONAL TOM JOBIM).

Este cuiabano, nascido na antiga Rua da Caridade (hoje Av.Gen.Valle), não titubeou, entre o Rio de Janeiro (na época Estado da Guanabara), preferiu fazer o pedido de exoneração e voltar a cidade do seu nascimento. Lembrara que aqui em Cuiabá- MT, poderia educar seus filhos e concretizar seu sonho - Fundar um grande comércio, e assim o fez.

Era um homem empreendedor: Acionista de vários empreendimentos; Iniciou sua carreira - Sapataria Mercúrio. Montou um Comércio de Calçados e Materiais para Sapateiros e Artigos para Montarias e Esportes.

Transferiu seu comércio no endereço de sua propriedade, sito a Av. XV de Novembro (Porto) com o nome de CASA MERCÚRIO.

Aposenta-se por tempo de Serviço.
Era exímio cantor, no coral da igreja que frequentava dominava o naipe Tenor, com muita mestria.

Hoje fico muito feliz e de certa forma envaidecida em ver comentários dos seus feitos nas redes sociais - Whatsapp, Facebook, Instagram, etc - um dos homens de destaque da Cuiabá de Antigamente.
Fico emocionada com os relatos...

Quem lembra da SAPATARIA MERCÚRIO?
Quem calçou sapato colegial de pelica, comprado na Casa Mercúrio? E assim vai... Muitas recordações e muitíssima saudade!

Em minhas viagens pelo Pantanal encontro filhos de antigos fazendeiros com saudades da Casa Mercúrio, onde compravam artigos de montaria, botas de couro curtido (e que nem percorrendo as áreas alagadiças e corixos o couro desbotava).

O peão calçava as botas e varavam anos, sem defeito, só trocava por causa do desgaste do tempo.

Descanse em PAZ - Urbano do Carmo(meu amado pai!), seu corpo foi sepultado no Cemitério do Porto, num Jazigo privilegiado, bem ao lado da Capela. Você cumpriu com grande zelo o seu papel de Homem trabalhador e lutador, cooperando para o progresso da nossa tricentenária Cuiabá.

Esposo exemplar, pai, religioso, educador, amigo, mestre - este último apelido carinhoso dado pelos seus vizinhos que eram Cirurgião Dentistas, Médicos, Farmacêuticos e comerciantes do outro lado da cidade.

Dotado de um conhecimento e carisma impar, sua casa constantemente era visitada por políticos de todos os partidos, sacerdotes católicos, missionários evangélicos, espiritas, estudantes do projeto Rondon vindos de diversos Estados brasileiros e pesquisadores de Universidades principalmente de São Paulo que vinham entrevistá-lo com o objetivo de estudar o nosso Estado. Urbano do Carmo era um desbravador, dizia ele: “Conheço o sertão de Mato Grosso, palmo a palmo”.

Nas suas férias adentrava no sertão de Mato Grosso, e sempre voltava a cidade de Campo Grande. Gostava muito de Goiânia – GO, cidade na qual ele conquistou muitas amizades, duas de suas filhas se formaram na Faculdade de lá.

Apreciava viajar para São Paulo e Rio de Janeiro em companhia de sua esposa e trazia presentes para seus filhos.
Recebeu da Prefeitura Municipal de Cuiabá, um Diploma de HONRA ao MÉRITO “Luis Philippe Pereira Leite, pelos relevantes serviços prestados à Cuiabá.

O seu trabalho, a sua luta e a sua dedicação sempre deve ser respeitados, lembrados e valorizados. Devemos reconhecer e agradecer por tudo que ele fez em prol a nossa Capital.

Seu nome também será lembrado, pois em sua homenagem foi colocado seu nome em uma das principais avenidas do Assentamento Gamaliel.

Por unanimidade seu nome foi eleito para nomear a Biblioteca da (Convenção dos Ministros da Assembleia de Deus de Mato Grosso COMADEMAT- PATRIARCA * URBANO DO CARMO.

A frase mais emocionante que escutei do meu pai foi no dia da Colação de Grau da nossa caçulinha (no Curso de Engenharia).  O REITOR estava na porta do ginásio de esporte, esperando os formandos para os cumprimentos quando meu pai adentrou a multidão e deu um abraço muito emocionado nele e disse: “Reitor, hoje estou muito feliz, a Universidade me dá o mais belo presente: Saí formada minha caçula, e entra no 1ª ano meu primeiro neto”.  Ficaram por minutos conversando.
Meu pai estava muito feliz e realizado! Belos tempos...

Pena que hoje ninguém tem mais tempo para flagrar momentos como esses! Não existia celular, mas o flash ficou gravado na minha memória e não tive como esconder uma lágrima ao ouvir tão profunda frase, jamais olvidada por mim, naquela noite de gala, em que meu pai quebrou o protocolo, para expressar sua emoção ao Reitor e a todos que estavam presentes.

A Família CARMO, agradece os cuiabanos e os que aqui chegaram pelo reconhecimento dos trabalhos prestados por URBANO do CARMO à nossa CUIABÁ.
relato escrito por Aurelina Haydêe do Carmo.


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sexta-feira, 10 de agosto de 2018

FUGA

FUGA
Mal o pai colocou o papel na máquina, o menino começou a empurrar uma cadeira pela sala, fazendo um barulho infernal.
 – Para com esse barulho, meu filho – falou, sem se voltar.
Com três anos já sabia reagir como homem ao impacto das grandes injustiças paternas; não estava fazendo barulho, estava só empurrando uma cadeira.
– Pois então para de empurrar a cadeira.
– Eu vou embora – foi a resposta.
Distraído, o pai não reparou que ele juntava ação às palavras, no ato de juntar do chão suas coisinhas, enrolando-as num pedaço de pano. Era a sua bagagem: um caminhão de plástico com apenas três rodas, um resto de biscoito, uma chave (onde diabo meteram a chave da despensa? – a mãe mais tarde irá dizer), metade de uma tesourinha enferrujada, sua única arma para a grande aventura, um botão amarrado num barbante.
A calma que baixou na sala era vagamente inquietante. De repente, o pai olhou ao redor e não viu o menino. Deu com a porta da rua aberta, correu até o portão.
– Viu um menino saindo desta casa? Gritou para o operário que descansava diante da obra do outro lado da rua, sentado no meio-fio.
– Saiu agora mesmo com uma trouxinha – informou ele.
Correu até a esquina e teve tempo de vê-lo ao longe, caminhando cabisbaixo ao longo do muro. A trouxa, arrastada no chão, ia deixando pelo caminho alguns de seus pertences: o botão, o pedaço de bis­coito e – saíra de casa prevenido – uma moeda de 1 cruzeiro. Chamou-o, mas ele apertou o passinho, abriu a correr em direção à Avenida, como disposto a atirar-se diante do ônibus que surgia à distância.
– Meu filho, cuidado!
O ônibus deu uma freada brusca, uma guinada para a esquerda, os pneus cantaram no asfalto. O menino, assustado, arrepiou carreira. O pai precipitou-se e o arrebanhou com o braço como a um ani­malzinho:
– Que susto você me passou, meu filho – e apertava-o contra o peito, comovido.
– Deixa eu descer, papai. Você está me machucando. Irresoluto, o pai pensava agora se não seria o caso de lhe dar umas palmadas:
– Machucando, é? Fazer uma coisa dessas com seu pai.
– Me larga. Eu quero ir embora.
Trouxe-o para casa e o largou novamente na sala – tendo antes o cuidado de fechar a porta da rua e retirar a chave, como ele fizera com a da despensa.
– Fique aí quietinho, está ouvindo? Papai está trabalhando.
– Fico, mas vou empurrar está cadeira.
E o barulho recomeçou.


**SABINO, Fernando. Fuga. In: Para gostar de ler. V. 2 Crônicas. São Paulo: Ática, 1995. p. 18-19.

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terça-feira, 7 de agosto de 2018

Menino

Menino

Menino, vem pra dentro, olha o sereno! Vai lavar essa mão. Já escovou os dentes? Toma a benção a seu pai. Já pra cama!

Onde aprendeu isso menino? – coisa mais feia. Toma modos. Hoje você fica sem sobremesa. Onde é que você estava? Agora chega, menino, tenha santa paciência.

De quem você gosta mais, do papai ou da mamãe? Isso, assim que eu gosto: menino educado, obediente. Está vendo? É só a gente falar. Desce daí, menino! Me prega cada susto...para com isso! Joga isso fora. Uma boa surra dava jeito nisso. Que é que você andou arranjando? Quem te ensinou esses modos? Passe pra dentro. Isso não é gente para ficar andando com você.

Avise seu pai que o jantar tá na mesa. Você prometeu, tem de cumprir. Que é que você vai ser quando crescer? Não, chega: você já repetiu duas vezes. Por que você está quieto aí? Alguma coisa está tramando...não anda descalço, já disse! – vai calçar o sapato. Já tomou remédio? Tem de comer tudo, você tá virando um palito. Quantas vezes já te disse para não mexer aqui? Esse barulho, menino! – teu pai tá dormindo. Para com essa correria dentro de casa, vai brincar lá fora. Você vai acabar caindo daí. Pede licença a seu pai primeiro. Isso é maneira de responder à sua irmã? Se não fizer, fica de castigo. Segura o garfo direito. Põe a camisa pra dentro da calça. Fica perguntando, tudo você quer saber! Isso é conversa de gente grande. Depois eu te dou. Depois eu deixo. Depois eu te levo. Depois eu conto. Agora não, depois!

Deixa seu pai descansar – ele está cansado, trabalhou o dia todo. Você precisa ser muito bonzinho com ele, meu filho. Ele gosta tanto de você. Tudo que ele faz é para seu bem. Olha aí, vestiu essa roupa agorinha mesmo, já está toda suja. Fez seus deveres? Você vai chegar atrasado. Chora não filhinho, mamãe está aqui com você. Nosso Senhor não vai deixar doer mais.

Quando você for grande, você também vai poder. Já disse que não, e não, e não! Ah, é assim? – pois você vai ver só quando seu pai chegar. Não fale de boca cheia. Junta a comida no meio do prato. Por causa disso é preciso gritar? Seja homem. Você ainda é muito pequeno pra saber essas coisas. Mamãe tem muito orgulho de você. Cale essa boca! Você precisa cortar esse cabelo.

Sorvete não pode, você tá resfriado. Não sei como você tem coragem de fazer assim com sua mãe. Se você comer agora, depois não janta. Assim você se machuca. Deixa de fita. Um menino desse tamanho, que é que os outros hão de dizer? Você queria que fizessem o mesmo com você? Continua assim que eu te dou umas palmadas. Pensa que a gente tem dinheiro pra jogar fora? Toma juízo menino!


Ganhou agora mesmo e já acabou de quebrar. Que é que você vai querer no dia de seus anos? Agora não, depois, tenho mais o que fazer. Não fica triste não, depois mamãe te dá outro. Você teve saudades de mim? Vou contar só mais uma, tá na hora de dormir. Vem que a mamãe te leva pra caminha. Mamãe te ama, viu! Dá um beijo aqui. Dorme com Deus meu filho!

**Fernando Sabino, do livro "A mulher do vizinho" Rio de Janeiro - Editora do Autor

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sexta-feira, 3 de agosto de 2018

EU NÃO O CONHECI

Leia com atenção este belo texto de memórias. Ele nos faz refletir sobre a nossa vida e sobre o tempo que ocupamos em todas as nossas atividades.

EU NÃO O CONHECI
Texto de Oswaldo França Júnior. Do livro "As laranjas Iguais". Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1985.

Meu filho foi embora e eu não o conheci. Acostumei-me com ele e me esqueci de conhecê-lo. Agora que sua ausência me pesa, é que vejo como era necessário tê-lo conhecido. 


Lembro-me dele. Lembro-me bem em poucas ocasiões.


Um dia, na sala, ele me puxou e a barra do paletó e me fez examinar seu pequeno dedo machucado. Foi um exame rápido.


Uma outra vez me pediu que lhe consertasse um brinquedo velho. Eu estava com pressa e não consertei. Mas lhe comprei um brinquedo novo.


Na noite seguinte, quando entrei em casa, ele estava deitado no tapete, dormindo e abraçado ao brinquedo velho. O novo estava a um canto. 


Eu tinha um filho e agora não o tenho mais porque ele foi embora. E este meu filho, uma noite, me chamou e disse: 


- Fica comigo. Só um pouquinho, pai! 
Sou um homem muito ocupado. Mas meu filho foi embora. Foi embora e eu não o conheci.

Autor: Oswaldo França Júnior. As laranjas Iguais. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1985.

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