A foto ¾
Aurelina Haydee do Carmo
Nosso
vizinho, homem trabalhador, honesto e dedicado, funcionário Público
Federal, depois de muitos anos de labuta veio a sua aposentadoria.
Não sabemos
se o mesmo ficou feliz ou triste, pois ele amava o serviço, trabalhava
numa
sala ampla, com ventilador de teto, com direito a lustre de cristal,
muito suntuoso. Com o passar do tempo aquele homem, foi ficando
triste, apagado.
Naquela
época, não muito tempo atrás, homem que era Homem de verdade, não ajudava em
nada nas tarefas de casa. "Trabalho de homem é de homem, trabalho de mulher é
trabalho de mulher", não podia misturar. Até parecia que dava cólica. Homem não
sabia catar arroz, nem feijão, não varria casa, não torcia e nem estendia
roupas no varal. Passar
ferro nas camisas de linho, nem pensar, mas queriam “andar nos trinques”, Nem carpir eles sabiam, quanto mais molhar o
jardim(risos).
E, então,
este Senhor começou a ficar doente, pior que uma barata tonta.Sem nada
para fazer teve uma ideia, comprou uma Kodak (Maquina Fotográfica), aquela que
tinha um tripé e ficava escondido dentro de um pano preto. Saiu tirando foto
3/4 . Primeiro dos vizinhos, pois ele estava ensaiando, não tinha curso. Sorte
dele, pois nessa época era véspera de eleições e muita gente precisava fazer o
titulo para votar, o titulo tinha foto.
Primeira foto, “click”, depois de 15 dias chega ele
falando que tinha que tirar outra, pois não saiu boa.
Segunda foto,”click”, lá foi ele, mal virou, as más
línguas diziam que a foto ¾ que ele bateu, só saiu do pescoço até a barriga.
Com muita
ansiedade a jovem senhora todos os dias ficava horas e mais horas na cancela de
sua casa aguardando a chegada do fotógrafo.
Depois de mais de 20 dias, chega ele todo sem graça, dizendo que não ficou
muito boa a foto, ele queria tirar uma melhor.
Terceira foto,”click”, de novo as más línguas diziam que
desta vez, ele caprichou tanto, que só saiu os pés da jovem senhora.
Como as
eleições se aproximava e era a 1ª vez que ela ia votar, o seu pai zangado,
botou a moça na garupa da bicicleta e foi até a cidade, procurou o japonês que
era profissional, trouxe escrito num pedaço de papel, o dia que afinal poderia
ter ½ dúzia de fotos. O aprendiz de fotografo mudou para o sitio, acho que já
aprendeu a tirar fotos (risos), pois hoje com tanta tecnologia, qualquer
criança de 02 anos maneja, de certa forma, muito bem a sua maquinazinha, Prestou? Prestou! Não prestou? Tira outra foto!(risos).
Conto escrito por Aurelina Haydee do Carmo
Agora vamos estender o nosso BOM DIA a Cuiabá, Mato Grosso, Brasil e ao Mundo que neste momento esta precisando muito de um BOM DIA. Professora Aurelina Haydee do Carmo