A Enchente -
Por Aurelina Haydee do Carmo
Por Aurelina Haydee do Carmo
Ela foi chegando devagar... de repente esparramou! Foi como
um furacão, devastador. Eu era bem jovem, mas o suficiente para entender o
drama dos ribeirinhos. Caminhões com homens do exercito ajudavam a fazer a
remoção para uma área segura, isto depois de dar ordens de desocupação da área.
Nossos corações ardia de dor e dó.
Ali os ocupantes
tinham o seu lar, seus parentes, seus vizinhos. Lembro muito bem casas lindas,
com janelas de madeira de lei, casas amarelas, azuis, verdes, todas com barrados
em alto relevo.
Sempre com as portas e janelas abertas, como sinal de
convite para a felicidade entrar. Mas a enchente veio levando tudo, até as
esperanças.
Minha mãe muito caridosa não descuidava da alimentação de
todos que a procurava. Pão, macarrão com carne moída, sopa, farofa de banana,
bolo de milho etc, ela distribuía em abundancia.
Aprendemos desde cedo com o pouco que tínhamos a distribuir
e com muita satisfação e alegria. Nossa casa era cheia de gente. Interessante
que eram pessoas alegre e agradecidas por tudo. O rio ia subindo... num piscar
de olhos, não mais divisávamos o que era rua, o que era rio e o que era água
das chuvas.
Calamidade Pública!
A ponte do Benadade sumiu!
A travessia que era com pés molhados, batelão, chegávamos as partes mais
altas. Alguns moradores ainda estavam lá. Muitas cobras, animais peçonhentos
corriam a procura de abrigo.
agora alcançava os joelhos, a cintura. E agora! Só de Canoa ou
agora alcançava os joelhos, a cintura. E agora! Só de Canoa ou
O rio subia... a larga Avenida 15 de Novembro, ninguém mais
transitava, a água chegava as portas do quartel da policia e ameaçava subir as
escadarias da grande igreja em que a culmina com um globo azul parecendo que o
mundo estava testemunhando toda trajedia pelo qual nossa cidade passava.
Do ano de 1974, quem viveu aqui, não esquece, ficou marcado.
Hoje transmitimos oralmente esta triste página para nossos filhos, netos e bisnetos.
Com arranjos da engenharia parece que estamos livres de enchentes dessa
natureza;
Vamos gente, ter mais educação. Não jogue lixo nos esgotos,
pois o pé d`água ou cabeça d´agua pode vir de repente e nos vamos provocar
novas enchentes.
*Batelão: Embarcação robusta, de fundo chato, para
desembarque ou transbordo de carga.
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Agora vamos estender o nosso BOM DIA a Cuiabá, Mato Grosso, Brasil e ao Mundo que neste momento esta precisando muito de um BOM DIA.
Professora Aurelina Haydee do Carmo
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