por Professora Aurelina Haydee do Carmo
Nunca esqueci deste mês, pois
quando eu era criança os mais velhos diziam, "Agosto é mês de cachorro
louco". Pois é, na nossa rua morava uma família num quarteirão onde tinha
3 casinhas, mal pintadas e muito desgastada pelo tempo( meio assombrada, diziam
as criançadas).
Esse quarteirão era delimitado do
lado direito por um alto muro culminando por cacos de garrafas de vidros, do
lado esquerdo fazia limite com um córrego e nos fundos um belíssimo rio.
Na frente que morava o perigo!
As Casas eram resguardadas por
apenas 03 fios de arames farpados.
Eu era muito criança, não tinha
entrado nem na Escola (significava que não estudava ainda, pois naquela época,
só podia matricular crianças com 07 anos completos).
Sim, voltando ao assunto "mês
do cachorro louco", diziam os
vizinhos que eles, moradores dessa área possuíam 54 cachorros ou 45 não
me lembro exato, mas tanto faz, é só inverter os números(risos) e todos eram
loucos, eu nunca fui mordida por cachorros, mas minha irmã e varias crianças
foram mordidas por aquelas feras, eles só afastavam a pedradas, haja pedras!
Até hoje tenho pavor em lembrar
daquelas cachorradas, olhos esbugalhados e vermelhos, remelentos e cheios de
chagas e carrapatos.
Na lua cheia, então eram um
horror, uivos e mais uivos compriiidooos
que varavam as madrugadas.
Interessante que todos os dias
mais ou menos às 16 horas, um rapaz magrelo, bem alto, pegava a sua canoa e
descia o rio até ao salgadeiro, para pegar miudezas para alimentar os
cachorros, a água eles bebiam do rio.
Estes moradores não aproximavam
dos vizinhos e os vizinhos não aproximavam deles, pois os cachorros faziam
barreiras.
Eles viviam de lavar roupa de
ganho.
Cedo buscavam as trouxas na
cidade e a tardezinha levavam na cabeça as trouxas de volta, sempre uns 06 ou
07 cachorros os acompanhavam.
Viviam da pesca, tinham muitas
frutas no quintal e uma horta muito bonita, viviam quietos dentro do seu
quadrado, na frente da casa era ornamentada por “pés de arruda”, e “comigo ninguém
pode”.
Ao escurecer apagavam as luzes e
as cachorradas latiam, uivavam e perturbavam todos os transeuntes que passavam
por lá, tinham que estar armados com um picuá cheio de pedras para afugentar
os 54 cachorros loucos, ou talvez 45, os números eram bem grandes prá nós que éramos
pequenos(crianças), mas nunca esquecemos das lindas palavras em respostas as
pedradas(risos) que os donos dos cachorros dirigiam aos transeuntes(risos).
rsrsrs tchau! (risos).
---
Agora vamos estender o nosso BOM DIA a Cuiabá, Mato Grosso, Brasil e ao Mundo que neste momento esta precisando muito de um BOM DIA.
Professora Aurelina Haydee do Carmo